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Possuídos - Capítulo 4

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“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.”

 

Salmos 32:8

 

— Finalmente chegaram notícias do nosso embaixador na Europa, senhor. 

— Diz-me, estava ansioso por saber — alta a criatura focava a sua atenção para o vidro diante dos seus olhos, de cabeça erguida e copo de whisky na mão observava com um ar superior todos os operários da fábrica.

O humano apenas via as costas, pelo menos ele acha serem as costas da besta, o fumo cobria a sala toda ofuscando a visão dele. 

— O plano foi um sucesso, ao que parece a Europa focou a atenção toda na Morte e não parece tentar achar uma ligação entre nós e os treze ataques recentes a escolas. 

Com os braços a escorregar pelo sofá onde se encontrava sentado, deu um gole na bebida e aguardou até todo o delicioso líquido descer. De sorriso arreado cruzou as pernas, não podia ter corrido melhor.

— Ainda bem, com certeza eles não vão ver outra solução a não ser contratar os meus serviços. Acho que é assertivo dizer que a era dos caçadores acabou, podemos agora dar as boas-vindas ao reinado da DemonicWeapon — sem nem dar tempo para o humano respirar soltou uma enorme gargalhada, grossa e diabólica.

Amedrontado, recuou alguns passos, a voz do demônio adentrava pelo ouvido dele e parecia corroer os seus tímpanos.

A sua voz fina de medo receava frente ao monstro, contudo após uma distância segura as cordas vocais retornaram deixando-o questionar o seu senhor: — E agora? O que faremos?

Tudo rapidamente entrou num profundo silêncio e o corpo da besta paralisou sobre o sofá. Minutos e mais minutos de um desconfortável vazio de som perturbaram o humano que a cada segundo questionava a sua sanidade.

Porém, lentamente a cabeça do monstro começou a virar, tanto que passou os padrões humanos. Dentro do silêncio que dividia ambos dava para ouvir a carne a separar-se e os ossos a partir, todavia não existiam gritos, não era sentida dor pela aberração. Os seus olhos olhavam para o fundo da alma do pobre homem.

A sua expressão inexpressiva em cima de um rosto totalmente branco era assustadora. Temendo o pior, o jovem encolheu-se no chão. Assim como o mais novo dos bebés estava desprotegido e temia a tudo ao seu redor, o desconhecido o amedrontava. A boca do demônio abriu-se e da escuridão nela existente algo começou a surgir devagar, uma arma…

No andar de baixo poucos foram aqueles que ouviram o barulho da bala repercutir como um trovão em dia de tempestade, contudo nem se questionaram o motivo, continuando o incessante trabalho sem serem consumidos pela dúvida.

Na sala, a porta estampava o buraco do disparo e o corpo pavimentava o solo, unindo o castanho do chão com o vivido vermelho que escorria da cabeça dele. 

Ainda nem o som do tiro tinha terminado nos ouvidos do demônio outro surgiu, vindo diretamente de um telefone. O vibrar dele era constante e incomodativo para a besta.

— O que foi? — uma voz doce e humana atendeu do outro lado da linha, as palavras que ela expeliu revelaram-se rudes. 

— Acabei de matar o secretá…

— Porra, é o quinto só este ano…

— Eu sei, mas a Luxúria disse-me que ele não era de confiança… — ergueu o copo e deu um longo gole — Humanos, burros. Vendem-se por tão pouco. 

O telefone estava sobre a mesa e a cabeça aos poucos virava. O branco agora manchado de sangue era demasiado quente para a terrível criatura. 

— Queres que eu faça o que? Mande o corpo para algum grupo terrorista fingir que foi um acidente? 

— Não diria um acidente, mas ninguém vai se importar se ele for um alvo desses grupos. O que importa agora é a Europa. Já vejo os milhões a entrar na conta e a nossa cotação a passar a daqueles quatro arrombados na bolsa de valores — disse a besta colocando em cima da mesma mesa o copo agora vazio. 

— Espero que assim seja… Tenho de desligar agora, depois falamos…

— Parece que finalmente eu voltei aqui. 

Diante de Michael toda a magnitude da escola ofuscava a sua presença. Levantado por um dos mais ilustres arquitetos dos tempos que correm, aquele momento já constava nas maravilhas a visitar nas cidades dos caçadores, Roma. 

Michael não gostava de chamar os criados ali de procuradores de bestas, considerava-os fracos, muitos tinham sido aqueles que cederam com o avançar dos anos.

Enquanto parado ali sendo consumido pela maestria do edifício não deu pela aparição de um homem, que lentamente caminhava para junto dele. 

— Gostou da nossa escola? 

Perdido nos seus pensamentos, sentiu aquilo puxá-lo de volta à realidade. Com velocidade recompôs-se e soltou palavras em direção ao sujeito: — Não… estava apenas a recordar uma coisa… Mas quem seria você?

Como um choque a figura ficou espantada pela falta de conhecimento sobre a sua pessoa. Todavia viu uma oportunidade de causar uma boa primeira impressão, ajeitou o seu terno e com orgulho por todo o rosto respondeu-lhe: — Sou diretor desta magnífica instituição. Porém isso são assuntos para outra altura, deves ser o homem enviado pelos excelentíssimos líderes do braço da OMD na Europa.

O caçador apenas limitou-se apenas a concordar com a cabeça, poupando palavras. O orgulho ao ver aquilo parecia escorrer da face do homem até ao chão de desgosto. 

— Aposto que não tens muito tempo, vamos apressarmo-nos.

Pela pequena rua que levava há construção o diretor seguiu. De cara baixa, ele olhava para as dezenas de pedras que constituíam a calçada, limitando-se a tomar aquela vista para pensar sobre o caçador que lhe tinham enviado. 

“Que homem mais deselegante… acho que finalmente entendi porque o esquadrão europeu é odiado em todos os lados…”

Reparando nele cada vez mais pequeno, Michael seguiu os seus passos para dentro do edifício. O caçador de olhar atento e julgador olhava aquele homem de cima, analisando cada pedaço dele. 

Ambos entraram. Aquela magnífica arquitetura inspirada nos mais importantes monumentos clássicos fazia escorrer água da boca de qualquer apaixonado em arte. 

Em cima das cabeças dos dois a torre alongava-se, subindo tão alto quanto a vista alcançava. E as escadarias, grandes e de mármore, cada um dos degraus parecia ter uma história, contada seja pelo nível de desgaste ou a cor suja do mesmo.

— Está quase igual ao dia em que eu a encontrei — deleitado passou a mão numa das paredes. 

— Parece igual ao último dia que eu estive aqui, foi realmente um grande trabalho em manter tudo intacto — respondeu o caçador perturbado com a tremenda semelhança da academia com aquela que ele tinha deixado oito anos atrás — Mas vamos passar à parte que interessa, não vim aqui para perder muito tempo a recordar o passado.

Há frente deles uma porta de madeira, dava acesso ao pátio. O diretor limitou-se a levar Michael até junto dela, não mais fez, deixando no final apenas as suas últimas palavras ao homem: — Eu não vou puder ficar para ver qual será o sortudo candidato, tenho coisas para fazer. Boa sorte caçador, qualquer dúvida podes chamar-me.

As palavras entraram mais devagar no ouvido do procurador de bestas que a ida do diretor, Michael nem teve tempo de lhe dar uma última palavra. Voltando os seus olhos para trás já o homem não lá estava. Restava agora apenas ir para o pátio.

Foi como se um novo mundo tivesse sido revelado, o verdejante jardim misturou-se com o ar clássico da academia inspirando o caçador de visões do passado. 

Avançou um passo para o jardim florido. Uma fileira de estudantes aguardava por ele. Uns tremiam, outros riam de alguma coisa, era um misto de emoções. Todavia todas foram cessadas com a presença dele ali, era uma figura amedrontadora para os estudantes.

— Muito bom dia a todos, espero que não tenham esperado assim tanto tempo. 

Confusos olharam entre si. Aguardavam um homem que iria fazer da primeira impressão um inferno, mas diante deles estava um homem comum.

— Certo sem respostas… enfim, eu sei que vocês receberam o plano desta reunião, se a podermos chamar assim, então vou mandar o foda-se para a explicação — da sua mão saiu uma neblina negra, que aos poucos foi formando uma expeça cadeira. 

— Não sei se deva saltar a explicação, temos aqui uma aluna que não entende bem as coisas — sem se conter deixou escapar uma gargalhada por entre os lábios. Porém não foi o único desajeitado, outros permitiram escorrer risos e comentários a uma tal de Maria.

Maria pareceu tímida e tentou esconder o seu rosto por detrás das mãos gélidas. Michael continuou inexpressivo apenas sentando-se na cadeira de névoa com as pernas cruzadas.

— Vamos começar por ti engraçadinho, se vires um demónio vais fazer o quê? 

O rapaz levantou a sobrancelha e abriu a boca para dar a mesma resposta que dava nas aulas, mas não conseguiu, Michael foi mais rápido e perturbou-o: — Seja o que for que vais dizer está errado. Não existe um protocolo, caçadores criam um plano no momento. Ou será que não sabes improvisar? 

— Ah… claro que sei… senhor…

— Certo. Vamos imaginar então que está um demónio atrás de ti — a névoa envolveu-se numa figura negra por trás das costas do jovem, era assustadora e inspirou-o a fugir antes que fosse tarde demais — Mostra-me!!!

Olhou pelo canto do olho e perdeu toda a coragem que tinha, nunca iria enfrentar algo tão medonho. Por segundos ficou apenas paralisado. 

Alguns temendo ser um teste avançaram sobre a criatura, acertando devastadores golpes no pó negro. 

Maria era um deles, isso fez Michael ganhar interesse na situação dela. Mesmo corajosa era troçada pelos companheiros. 

— Podem parar — girou os dedos formando um círculo e todo o nevoeiro que estava a ser usado de saco de pancada desapareceu no ar — Vocês que avançaram contra a besta podem continuar aqui, os restantes voltem para as vossas salas. Se fosse um combate sério, todos os que ficaram paralisados de medo iam ver o seu esquadrão morrer um por um. 

— Que bela merda, nem acredito que fui eliminado — sussurrou um rapaz que falhara no teste.  

Um outro então surgiu dentro aqueles que confrontaram a besta e dirigiu-se a ele: — Para alguém que rebaixava tanto a Maria como foi perder para uma fraca como ela e para os outros deficientes — com um sorriso no rosto, o estudante limitou-se a olhar o perdedor de cima e arrumar os seus óculos. 

— Foda-se deixa-me.

De palavras rápidas, baixou a cabeça empurrando-o ligeiramente em seguida. 

Aos poucos, um por um foram trocando o verde da erva pelo fosco dos corredores de mármore, restando por fim apenas os mais corajosos na escolha.

— Já que os primeiros foram eliminados passaremos ao próximo teste. Quero ver do que a vossa genética privilegiada é capaz.

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